Versículos Bíblicos Aleatórios

sábado, 8 de novembro de 2008

Arrependimento

Shalom,

Mais uma vez estou "terceirizando" uma mensagem para vocês, creio que vai falar profundamente ao teu coração!

“Nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado” (Hb 12.16-17).

Este texto da carta aos Hebreus descreve o momento em que Esaú, percebendo que perdera a bênção, chora copiosamente.

Como ouvisse Esaú tais palavras de seu pai, bradou com profundo amargor e lhe disse: Abençoa-me também a mim, meu pai! (...) Disse Esaú a seu pai: Acaso, tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me, também a mim, meu pai. E, levantando Esaú a voz, chorou (Gn 27.34,38)

Para entender o texto de Hebreus é preciso deixar de lado algumas idéias muito comuns entre as pessoas, e até mesmo entre o povo de Deus nos dias de hoje. Primeiramente reciclar o conceito de que Deus é amoroso e fofo, que trata todo mundo sempre com graça e misericórdia. As pessoas esquecem de que Deus é também justiça. Em segundo, as pessoas acham que lágrimas derramadas em profusão são sinais ou sinônimo de arrependimento. Em terceiro, as pessoas questionam e arrazoam da seguinte maneira: Se Esaú chorou copiosamente, por que não alcançou misericórdia? Por que Deus foi tão duro com ele? Deus é que diz: “Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú” (Ml 1.2-3).
É necessário também identificar o que é um profano, pois a recomendação apostólica é: “Nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú”. O contrário de profano é sagrado. Santo. A pessoa é profana quando viola ou trata com irreverência ou desprezo alguma coisa sagrada ou venerável. Esta palavra se aplica a pessoas que rejeitam tudo o que é de Deus; tudo que é da esfera divina. Uma pessoa se torna profana – mesmo sendo um crente – quando conscientemente deixa Deus de lado, por saber a opinião dele sobre determinado tema. Ela não aceita a opinião de Deus, e, no entanto, não abandona sua fé. Neste sentido, Saul também se tornou profano. Ele sabia a vontade de Deus, e decidiu fazer a sua. Esaú sabia a vontade de Deus e decidiu seguir a sua. Depois chora copiosamente pelo erro, mas não pela ofensa a Deus.
Esaú, ao negociar seu direito de primogenitura por um prato de comida, zombou de Deus, pois este estabeleceu a lei da primogenitura como um princípio espiritual. É neste sentido que se deve entender os textos de Gênesis e de Hebreus. João Calvino comentou o texto de Hebreus na seguinte perspectiva:

Faminto, Esaú preocupou-se apenas com seu estômago. Depois de se alimentar, riu de seu irmão e o julgou um bobo porque seu irmão voluntariamente se absteve de uma refeição. Este é o comportamento dos ímpios, que ardem em depravadas paixões, ou se entregam aos prazeres da carne. Mais tarde entendem que as coisas que mais desejavam serviram-lhe de fatalidade. A palavra rejeitado, no texto traz o sentido de que Deus teve repulsa dele ou lhe negou seu pedido.
E continua:

A pergunta é: O pecador tomado de arrependimento não obtém perdão? O apóstolo parece dizer exatamente isto, quando afirma que Esaú não encontrou arrependimento. Posso afirmar que o arrependimento, neste caso, não era fruto de uma sincera conversão a Deus. Era aquele terror de que o Senhor esmaga o ímpio, depois de viver tanto tempo na iniqüidade. Ele foi tomado por um senso de punição. As lágrimas de Esaú eram lágrimas atrasadas; ele não as derramou porque havia ofendido a Deus (mas por haver perdido o direito de posse).

O comentarista, John Gill teceu este comentário sobre o texto:

Inda que anelasse a bênção e derramasse lágrimas, Esaú não se arrependeu de verdade por haver desprezado o direito de primogenitura. Lágrimas não são sinais infalíveis de arrependimento. As pessoas ficam mais preocupadas com as perdas e os danos decorrentes do pecado, do que pela maldade que nele reside. Tal arrependimento não é sincero. Não é fruto do amor a Deus, ou da preocupação com sua glória.

A interpretação, a seguir, praticamente resume o que os demais comentaristas dizem deste texto:

Não achou lugar de arrependimento. O que Esaú queria com seu arrependimento, era mudar a determinação do pai que decidiu dar a bênção para Jacó. Se tivesse buscado o arrependimento verdadeiro teria encontrado. Mateus 7.7 diz: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Ele não o encontrou, porque não era isto que buscava. A prova de que suas lágrimas não eram de arrependimento está no fato de que prometeu vingança de morte a seu irmão. Ele derramou lágrimas, não por haver pecado, mas por saber a penalidade que o pecado lhe traria. Suas lágrimas foram de tristeza e de remorso, e não pelo pecado que cometera. (Jamieson, Fausset Brown Commentary).

Lágrimas, portanto, não servem como sinal de verdadeiro arrependimento. O seguinte comentário resume o que o texto quer afirmar:

Esaú é um exemplo trágico de uma pessoa que pratica um pecado sem poder ter uma segunda chance (Hb 6.6 e 10.26). O autor apresenta o caso de Esaú como alerta aos cristãos que estavam sendo tentados a abandonarem a Cristo (Robertson’s N T Word Picture).

Veja que tipo de lágrimas você derrama! Lágrimas de verdadeiro arrependimento por haver ofendido a Deus ou lágrimas de pesar pelos males que cometeu?

Que o nosso coração reconheca a Santidade do Senhor, e a necesidade de nos apresentarmos humildes e quebrantados no Seu Altar.

Quebrantado coração - Fernanda Brum





Em Cristo,
Rafab.r.

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